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Caso Chiquinho Brazão: defesa pede saída de deputada da relatoria de processo que pode cassá-lo
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Brazão é suspeito de ser mandante do assassinato de Marielle Franco, defesa do parlamentar diz que Jack Rocha (PT-ES) é parcial e antecipou posição pela perda do mandato dele.
- Por Camilla Ribeiro
- 02/05/2024 21h33 - Atualizado há 7 meses
O deputado Chiquinho Brazão (Sem partido-RJ), por meio de sua defesa, solicitou ao presidente do Conselho de Ética da Câmara dos Deputados, Leur Lomanto Junior (União-BA), que realize um novo sorteio de nomes para substituir a deputada Jack Rocha (PT-ES) da relatoria do processo aberto sobre o parlamentar no colegiado.
O parlamentar está preso como suspeito de ser o mandante do assassinato da vereadora Marielle Franco (PSOL-RJ) em 2018 e também do seu motorista.
Após sua prisão, o partido PSOL protocolou uma representação no Conselho de Ética solicitando a cassação do mandato do deputado.
Após o sorteio de sete nomes com a desistência de muitos, o presidente do Conselho escolheu Jack Rocha como relatora.
A deputada tem como função a elaboração de um relatório favorável ou não à cassação de Brazão e conduzir o procedimento que pode levar à perda do mandato do deputado.
A defesa de Brazão solicitou o afastamento da deputada alegando a falta de imparcialidade da parlamentar.
'Brazão na prisão'
No documento que foi enviado ao colegiado, a defesa de Brazão cita uma publicação de Jack Rocha nas redes sociais em que ela aparece segurando um cartaz com a frase: “Brazão na prisão”.
Em outra publicação, a deputada cobra celeridade no envio da representação ao Conselho de Ética.
“Veja-se, bem assim, que a Deputada Relatora externalizou posicionamento muito claro e deixou transparecer não apenas a sua inclinação à cassação do Postulante, como também a necessidade de que isso se dê celeremente”, declarou a defesa do deputado.
A defesa do deputado apontou também que as postagens da deputada não configuram “mero comprometimento ideológico”.
Mas também demonstram “prévia disposição” de cassar o mandato do parlamentar.
O presidente do Conselho de Ética disse que analisa o pedido junto à consultoria jurídica da Câmara dos Deputados.